quinta-feira

O Presidente Troll

Só eu achei o sorriso parecido?

sexta-feira

Malak Nohand, o guerreiro sem braço de Eberron

Outro background que escrevi para personagens de RPG, dessa vez um Self-Forged no cenário de Eberron.



Existem sacrifícios que devem ser feitos por um bem maior, e um braço foi a parcela a ser paga por Malak Nohand.
Não se sabe ao certo os detalhes sobre seu nascimento, pois suas primeiras lembranças remetem a sua família viajando para longe de sua terra natal. Seu pai havia sido derrotado por um jovem guerreiro na luta pela liderança da tribo e à família dele só restava o banimento.
Parte do banimento dizia que sua família não poderia se juntar a outra tribo, e assim viveram por alguns anos. Seu pai sempre prezou seguir os costumes da tribo, mesmo quando prejudicado. Rumaram sem uma direção certa, se alimentando do que a terra lhes oferecia. Um dia, chegaram aos limites do Droaam.
Conseguiram refúgio na cidade de Graywall, onde seu pai trabalhava como ferreiro e herbalista nas horas vagas, cuidando dos viajantes que regressavam de suas aventuras. Passado o tempo, Malak não se conteve em ficar apenas na cidade, ele queria conhecer a vida dos aventureiros.
Aprendeu o ofício de artífice e isso o levou a trabalhar como mercenário, ajudando vários grupos de aventureiros, sem nunca se prender a nenhum deles. Viajou cada vez mais longe no interior daquela nação, a única que o acolhera. Isso o permitiu estar próximo a seus pais enquanto envelheciam e rumavam para o outro mundo.
Após anos de serviço, ouviu comentários sobre Sahemi, um halfling da casa Jorasco que via as dragonmarks como uma forma de curar a terra. Apesar de renegar seu passado, teve lembranças de como seu povo vivia em harmonia com os espíritos da terra e do culto sempre realizado em agradecimento a Balinor pela boa caça.
Viajou até Eldeen Reachs, com o único propósito de conhecer aquela pessoa com quem compartilhava uma visão do mundo. Em sua mente, seu destino estava escrito desde quando foi expulso de sua tribo, muito anos atrás, para que encontrasse Sahemi e curasse o mundo.
Para Sahemi, não importava sua raça ou origem. Ele era uma pessoa dedicada a fazer o que for necessário para curar a terra e isso era suficiente. Foi recebido na Casa Jorasco e continuou seu treinamento como Artífice.
Claro que o primeiro lugar que deveria ser curado era Mournlands. Ingressou na caravana da Casa Jorasco que foi estudar aquela região, mais como apoiador do grupo, devido a suas habilidades de criação. Mesmo assim, suas poções de cura eram muito bem vindas.
Logo nos primeiros dias de trabalho, sua curiosidade foi despertada por um dos membros da expedição. Uma criatura nunca antes vista por ele, em total comunhão com Eberron, Alecrim era um wilden e essa raça não se aventurava por Droaam. Esse druida ajudava os membros da Casa Jorasco a entender as forças primordiais que ali havia.
Trabalhavam juntos, mais pela insitência de Malak, que fazia várias perguntas sobre a origem e a terra natal de seu companheiro. No entanto, durante qualquer tarefa em campo, o artífice viajava sozinho, pois seu companheiro era afetado negativamente pelas forças naquele território.
Foi justamente durante uma investida no interior daquele território inóspito, que seu grupo foi atacado por um grupo de warforgeds renegados. Em uma investida do líder daquele grupo contra Sahemi, Malak colocou-se a frente para aparar o ataque, mas essa ação custou seu braço.
Apesar dos apelos do Emissário, optou por não regenerar seu braço. Aquela marca deveria seguir com ele pelo resto de sua existência como forma de lembrá-lo que sacrifícios devem ser feitos em prol de um bem maior. Eberron deveria ser preservado
acima da vida de um mortal.
Com os conhecimentos adquiridos sua estadia em Droaam, criou para si um battlefist. Decidiu que com aquela arma iria ajuda a combater aqueles que podem mais uma vez colocar Eberron em risco.
Logo recebeu uma missão a altura do seu desejo de luta. Um grupo vindo de outro plano colocava em risco toda a existência. Portando marcas aberrantes, eles foram acolhidos pela Casa Deneith e então soltos no mundo. Justo as marcas aberrantes que poderiam criar uma nova Mournland.

quarta-feira

Um conto de Dark Sun

A história a seguir eu escrevi para ser o background de um personagem de RPG baseado no cenário Dark Sun, da quarta edição de Dungeons and Dragons. A ambientação é parecida com Mad Max e a Cúpula do Dragão, com água sendo o elemento mais valioso do mundo. 


Luthien ponderou por dias se deveria ter ajudado aquele humano. Sabia que a atitude não seria tolerada pela tribo élfica de qual fazia parte. Mesmo assim, passou a voltar com um intervalo regular de dias para alimentá-lo e dar de beber. Não sabia o que a impelia a fazer aquilo, mas estava ciente da punição caso fosse pega.
Semanas depois, ajudando o humano a passar despercebido dos batedores que vasculhavam o perímero da tribo, passou a estender suas visitas e ficar algumas horas durante a noite. Foi sua pior decisão, pois os enjôos que sentia pela manhã logo denunciaram sua nova condição.
Sem pensar muito, fugiu para o deserto e para aquele que a havia condenado. Iriam fugir e deixar a tribo no passado e a distância, a única forma de permanecerem seguros. Foi por pouco tempo, pois o noivo de Luthien logo organizou equipes de busca e encontrou os dois. Sem perguntar, encerrou a vida do humano e levou sua noiva em prantos de volta ao acampamento, sem ciência do bebê que carregava em seu ventre.
A notícia da gravidez foi anunciada semanas depois, quando não havia mais como escondê-la. A mentira, de que a criança era um elfo, foi perpetuada até o nascimento da criança, quando não houve mais meios de esconder isso. A traição se tornava então pública.
Mãe e filho foram poupados da morte imediata, mas apenas para serem banidos da tribo em meio ao deserto. Eles não mereciam uma morte rápida e deveriam definhar dia após dia. Vagaram, sem comida e com apenas um cantil, até o momento que Luthien não resistiu e desmoronou. 
A criança sobreviveu graças a mãe, que não consumiu uma gota de água sequer, para o filho tivesse uma chance de continuar sua vida. Graças a esse pensamento, um mercador de um quartel próximo o encontrou enquanto ia a uma cidade próxima adquirir mantimentos.
O quartel pertencia a uma ordem militar que treinou o meio elfo durante anos. Cada vez mais, seus poderes psiônicos aumentaram e sua capacidade de combate se aperfeiçoava. Ele cresceu sem o preconceito que a raça sofria em todo o resto de Athas, mas ao mesmo tempo nunca conheceu o mundo exterior, pois mostrá-lo ao resto da população poderia trazer problemas aquele lugar.
Um dia, escondido em uma carroça, ele foi ao mercado para saciar sua curiosidade sobre aquele local. Ao ser descoberto, vários mercadores se voltaram contra o condutor e o clandestino. O jovem, ciente de sua capacidade de combate superior aqueles camponenes bem que tentou ficar e enfrentá-los, mas o homem mais experiente fugiu para o quartel antes de haver qualquer agressão por ambas as partes.
A política de boa vizinhança do templo não os protegeu... Caçadores de escravos souberam do jovem que habitava aquele local e viram nele uma preciosa mercadoria que poderia ser vendida para os torneios de gladiadores. O templo foi atacado na surdina e os escravagistas se demonstraram excelentes oponentes, mas aqueles homens estavam acostumados a tais ações e no momento em que conseguiram seu prêmio, fugiram sem pudores.
Semanas ou talvez meses de passaram na escravidão. Ele estava dormente e tudo o que pensava era o dia que encontraria um adversário que encerraria seu sofrimento. Claro que não poderia se render em uma luta, pois a covardia ou a desistência não foram ensinadas a ele enquanto vivia entre os monges.
Lutou cada batalha como se fosse a última e sobreviveu até o momento em que a queda do feiticeito rei foi orquestrada. Naquele momento, podendo escolher entre morrer como escravo ou lutar pela liberdade de todos a sua volta, escolheu o caminho do justo e contribuiu na revolução que se formou a partir desse momento.
Apesar disso, o preconceito não terminou e ele passou a viver como um proscrito no interior da cidade. Andava sozinho, escondia suas características raciais e fazia pequenos serviços que garantiam sua sobrevivência.
Seu nome já não era lembrado entre os homens, que o conheciam apenas como Massacre.