sexta-feira

Como parar de roncar e fazer amigos!

É um problema que meus amigos vêm passando há vários anos já, mas nunca me incomodou. Eu ronco! MUITO! 
Isso acabou atrapalhando viagens com a turma ou qualquer dia que precisasse dormir na casa da minha namorada. O sofá da sala era meu porto seguro esses dias, com a casa toda desejando isolamento acústico ou mesmo comprando protetores auriculares industriais, parecidos com os usados em platatormas de petroleo, mais potentes no entanto.


Os meus problemas

Descobri que não se tratava apenas de um problema social, mas isso me afetava de diversas maneiras. Pra começar, minha hipertensão pode estar relacionada a apnéia noturna, que é quando não consigo respirar durante o sono e acabo roncando quando finalmente consigo puxar um pouco de ar.
Depois, a dificuldade de perder peso... Segundo meu cardiologista, sofro de um problema chamado síndrome metabólica, e todos os indicadores do meu organismo funcionam juntos. Aquele carnaval regado a cerveja e costela de porco avacalha meu exame de sangue de tal forma que quase fui internado, então preciso me manter o mais saudável possível. Não dormir bem, faz com que meu corpo guarde energias pra usar durante o sono, isso em forma de gordura.
Busquei então ajuda profissional, uma pneumologista que passou a bateria de exames pra descobrir o que me faz roncar.

Exame 1: Endoscopia Nasal


É um exame extremamente desagradável. Ao contrário da endoscopia normal, onde uma câmera é colocada na sua garganta sob uma anestesia quase de corpo inteiro, a endoscopia nasal usa uma anestesia em spray que age apenas no nariz e garganta.
A câmera usada em mim não tinha cheiro de feijão, o que diziam ser bom, pois ela não teria sido usada em nenhuma colonoscopia naquele dia. Ao efetuar o ritual invasivo, pois nem mamãe passou a mão no âmago meu nariz, a câmera era introduzida no meu nariz e passeava livremente até chegar a minha garganta, encontrando rinite, desvio de septo ou quaiquer outros impedimentos que houvesse no caminho. Nem um pouco diverto, pior ainda por eu sair de lá com problema para engolir devido à anestesia local usada no exame.

Exame 2: Polissonografia


Esse foi o momento de me tornar um ciborgue em vida real, sem a necessidade de amputar qualquer parte do corpo ou implantar componentes de monitoramento no meu cérebro.
Um total de 17 sensores foram espalhados por diferentes regiões, sendo 6 na cabeça, 2 no tórax, 2 nas costas, 4 nas pernas, 1 na gargante e mais 1 no nariz. Todos com a finalidade de acompanhar todos os sinais vitais enquanto eu dormir e emitia os sinais sonoros criados para o acasalamento, mas que hoje afastam as fêmeas. Maldita evolução!
Depois de uma noite na clínica, acordando para me mexer na cama a cada hora, com o receio de pegar um fio daqueles e jogar toda a aparelhagem no chão, saí de lá pela manhã com o corpo cagado de cola, que não sai na primeira lavada e provavelmente permanecerá por alguns dias de muita esfregação.

O que não fazemos por amor, não?

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